
Se você tá começando agora a crochetar, ou se sente iniciante no crochê pelo motivo que for, eu queria te dar as boas vindas. Porque, não sei se você sabe, somos todo um clã de tecedoras espalhadas pelo mundo inteiro.
Aos olhos dos outros, somos como aranhas: a gente mexe a mão freneticamente, de uma maneira que quem é de fora não consegue entender, e pá. Sai uma obra de arte. Um casaco quentinho. Um xale lindíssimo. Um brinquedo pra fazer alguém feliz.

Bem vinda ao momento da sua vida em que você é mais do que só você. Você agora detém o conhecimento de uma arte milenar, que existe muito antes de você pensar em nascer, e que vai estar aqui por muito tempo depois que você der sua última laçada. Agora você tem sentimentos mistos quando pensa no ato de crochetar: metade de você ainda quer associar o crochê aos estereótipos que você conhece, a outra metade tá pressentindo que ele é muito mais vivo e cheio de possibilidades que isso.

Seja bem vinda, também, ao momento em que algum conhecimento do passado vai fazer sentido. Quer alguém especial pra você tenha te ensinado, quer você tenha sido acolhida e ensinada por uma de nós através da tecnologia, há sempre algo de memória quando falamos de tecer. Uma avó, uma mãe. Uma tia cujo talento não te entrava na cabeça, e agora não te sai das mãos. Um desejo de criança, resgatado pelo seu coração.

Bem vinda ao seu novo vício, que vai te fazer se identificar com pessoas até então desconhecidas, ganhar amigas instantaneamente pelo planeta inteiro, e se sentir parte de um clube gigante, lindo e quase secreto. Sim, porque, quando você vê aquela advogada talentosa mandando ver no tribunal, aquela jornalista implacável, aquela diplomata inteligentíssima, aquela professora de português classuda, você nunca imagina que ela, como você, é parte dessa galera. Mas quando vocês se descobrirem tecedoras, vão imediatamente ter assunto infinito pra conversar.

Bem vinda a uma nova linguagem, que transpõe as barreiras de léxico e idioma conhecidos, porque seja single ou double crochet, punto bajo ou basso, a gente consegue se entender olhando, muitas vezes sem dizer palavra.

E, finalmente, seja bem vinda ao seu novo super poder! De fazer coisas com as suas mãos, de meditar ativamente, de transformar longas esperas em pecinhas. De transformar os momentos de tédio em prazerosos, e os momentos bons, em melhores ainda. De transformar as viagens, as idas ao restaurante, os presentes de final de ano ou de aniversário em coisas coloridas e muito mais significativas.
E à habilidade de, usando somente as mãos, dizer “eu te amo” . Inclusive pra você mesma.
Que texto incrível!
Estou apaixonada pelo crochet, pelas crocheteiras como você e pelo aplicativo que está me ajudando muito. Como dizem… Quando se fecha uma porta, outra se abre! O crochet está sendo a nova porta que estou abrindo e que está me ajudando a passar por uma fase cheia de desafios.
Obrigada Bruna, você e demais!! ❤️
Com uma mensagem linda dessas, como não se sentir acolhida e amada, incentivada e entusiasmada para entrar com tudo nesse mundo crochezístico, maravilhouzer, e que só tem a agregar. Parabéns pela sua disposição em particulhar conosco seu conhecimento e principalmente sua alegria e amor pelo que faz. 💕